quarta-feira, 23 de setembro de 2009

memorial

MEMORIAL


Meu nome é Sandra Maialu Ferreira Alencastro, nasci numa pequena cidade chamada Tapes, de aproximadamente 20.000 habitantes, mas muito bonita e acolhedora às margens da Laguna dos Patos.
Meu primeiro ano escolar, foi em uma escola municipal, na zona rural do Município de Tapes. Meus pais naquela época, ainda moravam no interior, minha mãe foi minha primeira professora, com ela que aprendi a ler e escrever.
Pelo fato de minha mãe ser professora alfabetizadora, sempre estive em contato com os mais variados livros, dentre eles, é claro os de literatura infantil.
Ela passava a maior parte do seu tempo quando estava em casa, debruçada nos livros e cadernos de alunos preparando suas aulas. Nesse contexto, fui muito cedo inserida no mundo da leitura e escrita.
Ainda lembro, da minha curiosidade em volta da minha mãe querendo saber o que estava escrito aqui e ali e pedindo a ela que me ensinasse a escrever o nome das minhas bonecas.
Ir para a escola, era o meu sonho e quando iniciei a minha vida escolar, aos seis anos de idade, no 1º ano, na E.M. Vereador Emílio Araújo, foi um acontecimento inesquecível. O contato com as outras crianças, meu primeiro caderno, lápis, borracha, enfim aquele material escolar, muito simples, porque naquela época não tínhamos acesso a tantas marcas e grande diversidade de material como se tem hoje, para mim era uma verdadeira relíquia.
A merenda escolar então, lembro até hoje o gostinho daquele leite caramelado que era servido com bolacha ou bolinho frito, com farinha de milho, pontualmente às 10 horas da manhã.
No que se refere à alfabetização, naquela época, éramos alfabetizados com cartilha adotada pela Secretaria de Educação do município.
A minha, a qual nunca esqueci, chamava-ser cartilha “Ler a jato”.
Até hoje lembro com admiração. Era azul e tinha uma criança e um aviãozinho na capa. Eu tinha verdadeira adoração por aquele livro, passava horas explorando cada página, pintando as gravuras, me imaginando aquela personagem da capa . Lembrando de tudo isto, hoje tenho absoluta certeza, que aquela simples cartilha foi o que despertou em mim, ainda tão pequena, a grande paixão pelos livros.

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